Dr. Sergio W. Baumel

CRM/ES: 6116 | CRP-16: 4263

Neurologista e Psicólogo

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Sigil Baumel

Epilepsia

A epilepsia é uma condição tão comum que é difícil alguém não conhecer pelo menos uma pessoa que tenha algum tipo de epilepsia. No entanto, muitas vezes nem ficamos sabendo disso, pois existem tantos mitos e preconceitos que, em geral, as pessoas escondem até dos melhores amigos que são epilépticas.

Só para exemplificar, a epilepsia é confundida com “loucura” e quem usa medicamentos contra ela é, muitas vezes, rotulado como doente mental. Em alguns lugares, o nome de um remédio muito comum para epilepsia é usado como gíria para “retardado mental” (o “Gardenal”). Em outras situações, a epilepsia é considerada como “possessão por demônios”, e tratada com “exorcismos”.

Apesar de a epilepsia ser muito frequente no mundo inteiro, ainda há muita desinformação a seu respeito, não apenas entre as parcelas mais carentes da população. Também entre as pessoas de melhor nível cultural e, surpreendentemente, até entre os próprios médicos os conhecimentos são muitas vezes baseados em crenças, em vez de informações fidedignas.

O Que É Epilepsia?

A Epilepsia não é exatamente uma doença, mas uma “síndrome”, caracterizada pela presença de crises epilépticas. Assim, existem várias doenças que incluem em seu quadro uma síndrome epiléptica e, portanto, com diferentes causas e também prognósticos variados.

Para entender melhor, pode-se comparar a crise epiléptica à febre, por exemplo. Existem muitas infecções que podem levar à febre, desde um simples resfriado até doenças graves como uma meningite ou um abscesso no cérebro, mas a febre em si sempre se apresenta como um aumento da temperatura do corpo. Do mesmo modo, várias causas podem levar a pessoa a ter crises epilépticas, desde pequenas malformações (microscópicas), ocorridas ainda antes de nascer, até causas graves, como tumores cerebrais.

A Epilepsia é caracterizada por crises, ou seja, episódios bem definidos no tempo, em que há um funcionamento alterado da atividade cerebral, e que se repetem em intervalos variados, ou seja, são recorrentes. Essas crises têm como substrato uma alteração da função elétrica de uma porção ou de todo o córtex cerebral, alteração essa que pode ou não ser detectada através do eletroencefalograma (aquele exame em que se colocam vários eletrodos na cabeça da pessoa, medindo essa atividade elétrica).

As crises epilépticas podem também ocorrer isoladamente, por diversos motivos, mas apenas das pessoas que têm crises recorrentes pode-se dizer que têm epilepsia; em outras palavras, uma única crise não caracteriza a epilepsia.

Finalmente, as crises epilépticas podem ter muitos sintomas diferentes, dependendo principalmente da área do cérebro acometida. Assim, elas podem se apresentar como alucinações (visões, barulhos, sensações na pele, etc.), movimentos involuntários (“repuxões” em um braço ou uma perna, por exemplo), alterações de consciência (“ausências” ou “desligamentos”), entre outros, ou ainda como convulsões ou “ataques”, que são o modo de manifestação mais conhecido das epilepsias.

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